22 de abr. de 2009

A culpa não é da chuva

Nesses dias chuvosos não existe um tema melhor para ser abordado do que a chuva que caí em nossa "cidade sol". Na verdade, não é bem o fenômeno da natureza que será citado aqui, mas o transtorno que ele tem causado.
O que deveria ser uma benção por aliviar o calor, se torna um súplicio para aqueles que não se prepararam para a chegada da chuva. Sem falar que todos os anos assistimos as mesmas cenas: Ruas alagadas, trânsito infernal, deslizamentos de encostas, por consequência pessoas desabrigadas e outras perdendo a vida.
Acredito que tanto os governantes quanto a população acabam acreditando no marketing de turismo que diz "Aqui faz sol o ano inteiro". Deixam de lado os reparos e melhorias para enfrentar os tempos chuvosos, constróem casas nas encostas, e suplicam para que São Pedro também acredite no slogan feito para atrair turistas.
O caos em Salvador não é culpa da chuva, e sim culpa de todos nós que não temos a cultura da prevenção. Isso me faz lembrar da "fábula da formiga e a cigarra" de La Fontaine. Nesse caso, sómos a cigarra, que ao invés de nos prepararmos para o inverno, ficamos atrás do trio elétrico e aproveitando o sol do verão. Que tal mudarmos de papel e nos tornarmos a formiga?

Au revoir!

3 de abr. de 2009

Pós morte


Após a morte do deputado, ex-apresentador de televisão e estilista Clodovil Hernandez, não se falou de outra coisa a não ser sobre a sua trajetória polêmica, tanto em Brasília quanto nas emissoras em que trabalhou. Mas cá entre nós, não foi só de mexericos e meia dúzia de palavras venenosas que ele deixou como herança.
No dia 24 de março foi aprovado o projeto de lei de autoria do deputado Clodovil, que permite a adoção do sobrenome do padrasto ou da madrasta na certidão de nascimento do enteado, após pedido do mesmo ao juiz.
A aprovação da lei foi a forma que o senado encontrou para homenagear essa figura singular, porém desafeto de muitos. Será que se o Clodovil Hernandez estivesse vivo, o projeto sairia do papel? Tenho minhas dúvidas.
Clodovil sempre deixou claro em suas entrevistas que o papel dele dentro da câmara dos deputados era de defender os direitos das famílias, mas esse lado de Clô nunca foi explorado pela mídia. Talvez desse mais ibope o lado boca maldita e escrachado do que um Clodovil estilo light.